Em 2016, o Conselho Internacional de Normas Contábeis¹ publicou a IFRS 16 – para contratos de arrendamento – que passou a vigorar, em âmbito mundial, desde janeiro de 2019².
Desde então, tornou-se obrigatório incluir operações de arrendamento no Balanço Patrimonial.
O impacto da mudança foi grande e recaiu principalmente sobre as empresas de perfil arrendatário.
Estima-se que 85% dos contratos estavam fora dos balanços, ultrapassando o montante de US$ 2 trilhões.
Essa exigência gerou uma série de dificuldades, desde a interpretação apropriada da norma até a capacitação técnica e operacional para cumprir suas determinações – muito mais complexas agora.
Mesmo depois de dois anos de vigência, os desafios pós-implementação ainda são consideráveis para muitas empresas de perfil arrendatário e, especialmente, para alguns setores da economia.
A seguir, você entenderá os principais impactos da IFRS 16 nas empresas de Agronegócio, Energia e Telecomunicações, e como a Gesplan oferece uma solução efetiva para esses segmentos.
Uma pesquisa da PwC³ com 400 executivos de empresas ao redor do mundo revelou que mais da metade deles (55%) não tinha se preparado tão bem para o processo de implementação da IFRS 16.
Fonte: Pesquisa PwC 2019 de Pós-implementação da IFRS 16
Após a transição inicial, que atendeu parcialmente às exigências da norma, eles reconhecem que ainda terão alguns desafios pós-implementação. A pesquisa identifica quatro dificuldades comuns:
A maior insatisfação das empresas se deve à implementação de sistemas e processos pouco eficientes para cumprir a IFRS 16, que exige atualizações periódicas e complexas de valores.
Mas, para um volume muito grande de contratos, o esforço e o tempo empregados para realizar cálculos manualmente – pro-rata, amortização e depreciação, por exemplo – acabam se mostrando inviável.
O resultado disso foi uma integração limitada da gestão de contratos de arrendamento à gestão empresarial como um todo, e a inviabilização do cumprimento da norma a longo prazo.
A falta de orientações para interpretar e aplicar a norma de forma plena também foi um entrave para realizar uma transição eficiente e econômica, segundo 40% dos executivos entrevistados pela PwC.
O resultado disso foi uma integração limitada da gestão de contratos de arrendamento à gestão empresarial como um todo, e a inviabilização do cumprimento da norma a longo prazo.
Nesse sentido, uma resposta oportuna das autoridades brasileiras foi a publicação de um ofício pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) orientando o tratamento contábil a ser dado para PIS e COFINS embutidos no passivo de arrendamento. [Acesse aqui>]
Um terceiro desafio é aproveitar a quantidade de dados gerados com a implementação da IFRS 16 para embasar decisões estratégicas, reduzir custos e gerenciar riscos nas operações do tipo.
Para além da conformidade, a maioria das empresas ainda não conseguiram traduzir o esforço de adequação à norma em benefícios e vantagens competitivas.
O desafio de acompanhar a evolução dos contratos e extrair informações gerenciais se deve à complexidade e o volume de cálculos que envolvem:
Com sistemas e processos adequados é possível gerar e analisar esses dados de maneira estratégica.
Um desdobramento das dificuldades anteriores é comunicar aos investidores o impacto da norma no balanço patrimonial e nos indicadores de desempenho da companhia.
Muitas vezes, por falta de clareza, a IFRS 16 foi interpretada e aplicada de maneira diferente pelas empresas e isso gera dificuldade para o investidor entender a situação da empresa pós-IFRS 16.
Por outro lado, a falta de capacidade técnica e operacional para gerar dados, realizar análises e embasar decisões estratégicas também dificulta o esclarecimento do investidor.
A disponibilidade precisa das informações se faz fundamental para uma comunicação mais efetiva e contextualizada dos impactos gerados pela norma. Por isso, é importante ser transparente e adotar uma postura proativa com investidores.
Arrendar terra para produzir é uma prática bastante comum na atividade agrícola. Mas, uma diferença desses contratos é que o valor do aluguel muitas vezes é atrelado ao desempenho da terra.
Na modalidade de contrato conhecida como Parceria Agrícola, o direito de explorar a terra pode ser remunerado de acordo com a variação no preço das commodities e na produtividade da lavoura.
E para a contabilização das operações de arrendamento – conforme a IFRS 16 –, isso trouxe uma série de complexidades extras para empresas do agronegócio.
Antes da IFRS 16: Os arrendatários podiam lançar as despesas com ativos arrendados e o impacto era perceptível apenas no aumento das despesas.
Atualmente: É preciso atualizar periodicamente o valor dos contratos de acordo com a variação de preço de commodities, moedas de referência e contratos futuros, por exemplo. Para contabilizar o contrato, é importante saber se o aluguel da terra está atrelado ou não ao desempenho da terra, que pode depender da produtividade (sacas/toneladas por hectare), do preço da commodity e do câmbio.
Recursos exclusivos para a gestão de contratos no agronegócio, como:
O setor de energia opera intensivamente por meio do arrendamento – de equipamentos, terras, instalações e veículos – e a IFRS 16 gerou uma grande complexidade operacional.
As empresas alugam uma vasta gama de ativos para explorar recursos naturais, produzir, armazenar e distribuir energia, além das atividades administrativas.
O volume de contratos é enorme. As dificuldades existem tanto para identificar componentes de arrendamento, como para valorar o direito de uso e controle de ativos e passivos correspondentes.
Outra característica do setor é a duração dos contratos, que costuma ser de longo prazo, o que reduz a acurácia da estimativa de valor para os contratos.
Antes da IFRS 16: As operações de arrendamento operacional, comuns no setor de energia, não precisavam ser incluídas no balanço e demonstrações financeiras.
Atualmente: Agora, todos os contratos que estabelecem algum direito de uso sobre propriedades, instalações e equipamentos precisam ser analisados para estar em conformidade com o padrão internacional.
Recursos essenciais para a gestão de contratos no setor de energia, como:
Outro setor profundamente impactado pela vigência da IFRS 16 foi o de telecomunicações.
A carteira de arrendamentos das empresas é vasta e diversificada. Inclui locação de imóveis, veículos, equipamentos, antenas, torres móveis, instalações de postes, cabos e linhas, entre outros.
Além disso, muitos contratos envolvem concessões públicas – de longo prazo – e acordos para compra ou venda de bens ou serviços, o que dificulta identificar os componentes de arrendamento.
Antes da IFRS 16: As operações de arrendamento operacional, comuns no setor de telecomunicações, não precisavam ser incluídas no balanço e demonstrações financeiras.
Atualmente: A IFRS 16 exigiu a inclusão das operações de arrendamento no balanço das empresas, mas nem sempre os componentes que configuram arrendamento estão explícitos nos contratos de telecom.
E além da diversidade de operações, o volume de contratos de aluguel de bens e serviços é grande.
Por isso, a adequação à norma exigiu e continuará exigindo um trabalho minucioso. Tanto para identificar componentes de arrendamento, como para estimar e atualizar o valor dos contratos.
Recursos essenciais para a gestão estratégica de contratos no setor de telecom, como:
A IFRS 16 trouxe uma série de exigências e complexidade à contabilidade de arrendamentos.
Para manter-se em conformidade com a norma e colher os benefícios da mudança, o trabalho de avaliação e acompanhamento das operações de arrendamento deve ser efetivo e contínuo. É importante atentar-se às notas de esclarecimento, eventualmente publicadas. Rotineiramente reavaliar processos da implementação, para garantir que estes sejam eficientes e sustentáveis.
Além disso, uma solução de TI eficiente otimiza a gestão de arrendamentos, promove a integração dos processos ao ambiente organizacional e favorece a tomada de decisões estratégicas.
Ciente da complexidade que a IFRS 16 trouxe para as empresas, a Gesplan desenvolveu uma solução especialmente voltada para a gestão de contratos de arrendamento – o WFN Lease.
O software abrange todas as regras de cálculo e modelos contratuais, já tendo sido validado pelas quatro grandes auditorias mundiais (Big Four).
Hoje, o WFN Lease atende mais de 300 empresas e controla mais de 50 mil contratos.
Conheça os recursos do WFN Lease da Gesplan e entenda as vantagens de adotar uma solução feita para você.
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